CLÍNICA MÉDICA DE IMPLANTOLOGIA

Uma má higiene oral pode afetar a precisão dos testes à Covid-19

18 Novembro, 2020

Um estudo oriundo do Japão concluiu pode que uma má higiene oral pode levar a uma disseminação viral prolongada em pacientes com COVID-19

Em Tóquio (Japão) realizou-se um estudo onde se observou que pacientes com menos cuidados com a sua saúde e higiene oral, apresentaram mais resultados positivos nos testes PCR à Covid-19 – já muito tempo depois da sua recuperação clínica – o que leva estes estudiosos a acreditar que uma má higiene oral pode estar relacionada com a precisão dos testes à Covid-19.

Este estudo teve incidência oito pacientes infetados com o vírus, que formam internados no Hospital Neurológico Metropolitano de Tóquio, entre 30 de abril e 14 de maio. Segundo consta, os pacientes estavam já passado de uma fase mais problemática com o vírus, mas foram obrigados a continuarem internados devido aos resultados consecutivamente positivos do teste de PCR para o SARS-CoV-2.

Durante o período da eliminação do vírus, os analistas detetaram que o período da eliminação do vírus demorava entre de 1 a 40 dias. Em média, os pacientes demoraram 15,1 dias a recuperarem completamente do vírus. Contudo, existiram dois pacientes que excederam este tempo: Paciente 1 e Paciente 2, demorando 53 e 44 dias, respetivamente. Já para os pacientes 3 a 8, os dois resultados negativos do teste foram confirmado num espaço de 18 dias.

E há algum fator que tenha resultado nesta diferenciação tão grande? Segundo os analistas, sim. É que os pacientes 3 a 8 mantiveram as suas rotinas de higiene pessoal, ao contrário dos pacientes 1 e 2 que, por serem portadores de transtornos mentais e / ou psiquiátricos, não escovaram os dentes voluntariamente durante a internação. Estes, após serem incentivados a voltar a escovar os dentes com regularidade, os testes apresentaram resultados negativos de quatro a nove dias:

“A paciente 1 tinha esquizofrenia e não foi capaz de manter-se limpa voluntariamente durante o período de isolamento hospitalar”, diz o estudo. “Escovou os dentes pela primeira vez no 18º dia de internamento, mas depois não escovou mais os dentes. O período de eliminação do vírus atingiu os 46 dias, com resultados de teste de PCR consistentemente positivos. Especulamos que a sua higiene oral inadequada pode ter causado a persistência da positividade do teste de PCR. Em colaboração com os enfermeiros, encorajamos repetidamente o Paciente 1 a escovar os dentes e gargarejar. Dois dias após o início desta instrução, no 49º dia após o início dos sintomas do paciente, o resultado do teste de PCR do paciente foi negativo pela primeira vez. ”

O paciente 2, que tinha as doenças subjacentes de desordem dissociativa e retardo mental leve, retornou um resultado negativo do teste de PCR 26 dias após ter sido admitido no centro médico; entretanto, o período de eliminação viral atingiu 43 dias antes que dois resultados consecutivos de teste de PCR negativos pudessem ser obtidos. “Naquela época, descobrimos que o Paciente 2 raramente escovava os dentes. Desde então, foi repetidamente instruída  a escovar os dentes. Com quatro dias de escovação intensiva com apenas água, a Paciente 2 teve dois resultados de teste PCR consecutivos negativos nos dias 44 e 47, tendo então recebido alta ”, escreveram os pesquisadores.

 

Este estudo: “Effects of oral care on prolonged viral shedding in coronavirus disease 2019 (COVID-19)”, foi publicado a 24 de julho de 2020 na Special Care in Dentistry.